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Qual é o melhor investimento com alto retorno e baixo risco?

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Já perdi a conta de quantas pessoas me fizeram a pergunta: Qual é o melhor investimento com alto retorno e baixo risco?

Para o investidor iniciante faz sentido prestar atenção apenas aos fatores positivos de um investimento, mas sempre precisamos entender todos os detalhes. Muitas vezes somos pegos desprevenidos com alguma regra ou característica de nosso investimento, como uma carência, imposto a pagar ou risco que não sabíamos.

Por este motivo respondo: Depende do seu objetivo, do que é e do que não é importante para você.

Este artigo poderia ser muito longo, mas simplificando apenas com investimentos em renda fixa (CDBs, Títulos Públicos, Debêntures e Fundos de Renda Fixa), temos 4 pilares:

  1. Risco: de crédito e de mercado. Conforme explicado neste artigo, é a possibilidade de algo sair diferente do planejado. O risco de mercado acontece quando a taxa de juros (ou outro indexador de sua aplicação) varia durante o prazo do investimento e você ganha mais ou menos que o esperado inicialmente. No caso de risco de crédito, é simplesmente a possibilidade da instituição da qual você investiu falir e você não ter seu dinheiro de volta. É o famoso calote.
  2. Retorno: relativo (%) ao CDI e/ou atrelado a algum indexador. Lembrando que taxa de administração, tarifas e outros custos são “embutidos” nessa relação risco/retorno. Se a taxa de administração de um investimento em renda fixa é alta (Ex.: maior que 1% em fundos de renda fixa), então é necessário se arriscar mais para compensar o custo e entregar um bom retorno, isto é, possuir algum título de maior risco (como uma debênture de uma empresa mais arriscada). Atente também ao Imposto de Renda cobrado, que muitas vezes diminui com o passar do tempo.
  3. Liquidez: facilidade para resgatar o investimento. Alguns Bancos oferecem a famosa “liquidez no vencimento”, isto significa que o investimento não possui liquidez. Se o prazo for de 5 anos, por exemplo, você pode esquecer que você tem aquele dinheiro até o vencimento, pois mesmo na maior das urgências você não vai poder resgatar. Por isso que investimentos com menor liquidez possuem maior retorno. Há também casos com penalidades para resgate antecipado.
  4. Acessibilidade: valor mínimo de aplicação. É comum oferecerem um baixo retorno para investimentos com valores baixos de aplicação, e vice versa.

Eu quero um investimento com alto retorno, baixo risco, alta liquidez e aplicações mínimas baixas!

Salvo exceções, nenhuma instituição financeira oferecerá os 4 itens. Isto porque para ela o investimento é um produto de venda, ou seja, ele precisa gerar retorno para continuar sendo oferecido.

O recomendado não é procurar o investimento com estes 4 itens, e sim o ideal para você. Para isto basta estudar e se planejar, para assim poder fazer a melhor escolha, ao identificar o que realmente é importante.

O que escolher então?

No caso de investimentos em renda fixa, o raciocínio é simples: escolha 2 ou no máximo 3 destes pilares e abra mão do que considera menos importante, ou que é indiferente.

  • Quer a maior rentabilidade possível? Então assuma correr um pouco mais de risco e/ou planeje-se melhor para poder ter menos liquidez.
  • Quer o menor risco possível? Então não espere retornos muito superiores ao CDI.
  • Quer liquidez? Então a rentabilidade ou risco serão comprometidos.
  • Não tem muito dinheiro para aplicar? Se quiser um bom retorno, planeje-se para não precisar do dinheiro no curto prazo.
  • Gosta de se arriscar? Neste caso há muitas opções para você. Mas entenda e esteja ciente dos riscos corridos.
  • Não tem pressa para resgatar (ex.: poupando para aposentadoria)? Ótimo, procure alternativas com menor liquidez e maior retorno.
Muitas opções?

E os títulos públicos?

A dúvida que pode surgir: mas e os títulos públicos que são seguros, líquidos, acessíveis e com bom retorno? Primeiramente vamos lembrar do artigo que fala sobre os riscos de títulos do governo.  Sendo uma modalidade com o menor risco possível, acessível e com alta liquidez (semanal), então a rentabilidade deveria ser baixa, certo? Mas ela é baixa. O que acontece é que como o investidor normalmente tem pouco conhecimento sobre investimentos, os bancos comerciais costumam oferecer produtos com rentabilidade mais baixa ainda! Lembre-se: o objetivo do Tesouro Direto é democratizar o acesso a investimentos, e não maximizar o retorno para os investidores.

Para terminar, tem um caso que sempre utilizamos pra ilustrar esse tipo de escolha: uma vez uma moça nos perguntou qual era um investimento seguro, rentável e líquido, pois o filho dela estava completando 1 ano e ela queria começar a investir pra pagar a faculdade dele. Nossa resposta? Pra que um investimento líquido, se o horizonte do investimento é de 18 anos? Por isso que nós insistimos: pense bem no seu objetivo e no que é realmente importante para você.

Vitor Nagata é editor do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos

Veja o artigo original no site do autor


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